Quando o assunto é Reprodução Assistida, uma das principais dúvidas é: posso escolher o sexo do bebê? Atualmente, já é possível, mas nem sempre foi assim.
O CFM (Conselho Federal de Medicina) e a Legislação Brasileira, não permitiam que os casais (gays ou heterossexuais), usassem a ciência e a tecnologia para simplesmente escolherem o sexo da criança por uma vontade própria.
Por quê?
Dentre as problemáticas envolvidas neste assunto, podemos mencionar o desequilíbrio demográfico entre os sexos, já que dando a preferência aos pais, também se dá a oportunidade de escolher a geração futura, e ocasionalmente termos mais mulheres do que homens nos próximos anos (ou vice-versa).
Mas, existiam exceções!
Por exemplo:
O CFM permitia – e ainda permite – que os médicos, e consequentemente os pais, soubessem o sexo dos embriões antes de transferi-los para a Barriga Solidária, se uma causa maior fosse colocada à mesa, como é o caso de uma patologia genética pré-existente, ou seja, algum histórico familiar de doenças relacionadas ao sexo.
Hemofilia: uma possível justificativa clínica.
A Hemofilia é um distúrbio genético hereditário, que provoca a ausência de proteínas essenciais no processo de coagulação sanguínea, portanto, este corpo terá dificuldade em conter hemorragias.
Apesar de ser uma doença que acomete majoritariamente o sexo masculino, as mulheres descendentes de pais hemofílicos são portadoras da doença, porém não a desenvolvem plenamente, já os filhos dessas mulheres, têm mais tendência a sofrerem com as causas da doença.
Com o objetivo de evitar a transmissão genética de patologias como essa, é que o CFM autoriza que os casais averiguem os embriões antes de transferi-los, com base em um histórico familiar já comprovado das doenças potencialmente prováveis de serem passadas segundo o sexo.
Como isso funciona?
Com o objetivo de saber o sexo ou não, a Biópsia Embrionária é um procedimento comum na FIV, que tem como propósito avaliar a saúde e a qualidade dos embriões antes de introduzi-los no útero de substituição, verificando também se não há outras possíveis doenças associadas aos embriões. Apenas os mais saudáveis serão transferidos!
Já no caso de análise do sexo do embrião, é realizada também a Sexagem Fetal. Com o objetivo de identificar se é menino ou menina, essa técnica de biologia molecular permite que material genético seja detectado ainda no embrião, e consequentemente, o sexo do bebê.
Após todas as análises serem realizadas, as decisões serem tomadas pela clínica e pelos pais, o procedimento de FIV é continuado normalmente, transferindo os embriões selecionados para a Barriga Solidária e dando início a uma gravidez por substituição.