Saúde Mental LGBTQIA+
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Saúde Mental LGBTQIA+

Represálias sob a construção da comunidade: um papo sincero.

#setembroamarelo

Homossexuais protestam contra perseguição sistemática promovida por policiais.
Sexualidade aumentava brutalidade das sessões de tortura durante a ditadura.
Inclusão de LGBT’s no relatório da comissão foi vista como vitória por especialistas e militantes.

Notícias como essas eram comuns em noticiários antigos, e isso nem faz tanto tempo assim. Mas, você já percebeu que ainda hoje vemos manchetes semelhantes?

Notícia de setembro de 2022.

Matérias como essa, nos faz pensar: será que estamos regredindo ou progredindo na luta por nossos direitos? A verdade é que tanto antigamente, quanto hoje, a comunidade LGBTQIA+ se divide em dois pilares.

  • Gays assumidos e que lutam por seus direitos de forma direta ou indireta.
  • E gays não assumidos, que como dizem “estão no armário”.

Infelizmente, o fato é que a comunidade gay se desenvolveu sob um regime opressor, que considerava a homossexualidade uma doença – quem nunca ouviu falar em cura gay, né? – e que recorria, literalmente, a torturas físicas sem displicência.

Existiu uma prática chamada “higienização”, que levou cerca de 1,5 mil pessoas presas por serem gays, isso somente na cidade de São Paulo, fora os casos de espancamento, extorsões e até mesmo assassinato. Ah! Ainda houveram pessoas afastadas ou demitidas de seus cargos porque “não pegava bem pra firma”. Dá para acreditar nisso?

Esses são apenas alguns motivos, pelo qual gays omitiam sua sexualidade e optavam por viver uma vida totalmente desconectada de quem realmente eram. E é pra menos? Imagina viver com medo, inseguro e sem saber o que vai acontecer se alguém descobrir que você é gay? Infelizmente essa é a realidade de muita gente até hoje…

Muitas pessoas escondem sua sexualidade por medo da aceitação da família, dos amigos, da sociedade e até de si mesmo. Foi tanto preconceito instituído, que as afirmações e rótulos sobre a comunidade LGBTQIA+ acabaram se parecendo verdade, e essas pessoas escolheram viver uma vida absolutamente teatral e fantasiosamente “confortável”.

Mas, viemos te dizer uma coisa: esse é um lugar de angústia, vulnerabilidade, dor, sofrimento e o primeiro passo para danos maiores, como a depressão e a ansiedade.

Muito se fala sobre esses dois termos, mas pouco se pratica a empatia para com as pessoas diariamente, principalmente quando falamos de gays, lésbicas, trans… O fato é que é muito fácil falar sobre saúde mental, mas parece difícil praticá-la em si e em prol dos outros.

Por isso, vamos falar sobre alguns termos extremamente ofensivos em uma conversa com uma pessoa gay:

“Não precisa andar de mãos dadas”

“Ah! Mas eu também não gosto de ver casais héteros se beijando”

“Você é gay? Deve entender muito de moda, né?”

“Quem é a mulher da relação”

“Vocês são só amigos?”

“Ah! Mas andar na rua está perigoso pra todo mundo…”

Bem, vamos lá! Tudo isso não passa de preconceito e estereótipo. Mas, entendemos que muitas pessoas têm pensamentos preconceituosos porque foram instituídos de maneira implícita pela sociedade, e assumem um comportamento sem a real intenção de ofender. Ok! Mas ofende. E só quem já passou por momentos desagradáveis como os citados acima, entende a carga que esses comentários têm sobre a vida de quem é gay.

E cá entre nós! O processo em que vivemos hoje, é a construção de um novo diálogo mútuo, então à medida que a comunidade gay luta para exercer seus direitos, quem está do outro lado deve ter o mínimo de interesse para estudar, procurar entender e deixar de ser desagradável em circunstâncias como essas.

Ei, hétero! Vamos exercer a empatia?

Busque se colocar no lugar do outro:

“Eu cresci envolto por uma sociedade que simplesmente odeia quem eu sou, minha forma de vestir, falar, pensar e amar. Por medo de ser rejeitado, eu optei por não contar para ninguém quem eu realmente sou e prefiro fingir que sou como qualquer outro, àqueles considerados “normais”. No local onde eu trabalho/estudo, é comum ouvir alguém ser coagido pelo fato de ser gay, por isso, acredito que a melhor saída é levar uma vida “comum” e evitar falar sobre este assunto.”

Viu como não é fácil? Então, pra quê complicar a vida de alguém com ideias e pensamentos nitidamente errados? Vamos ser mais empáticos e acolhedores!

Setembro amarelo:

É um mês para falar sobre saúde mental, e achamos importante ressaltar que a saúde mental é necessária para TODOS.

Para finalizar nosso papo, separamos um trecho de uma música muito famosa para ressaltar que “Gay também é gente”.

Abra sua mente

Gay também é gente

Baiano fala oxente

E come vatapá

Você pode ser gótico

Ser punk ou skinhead

Tem gay que é Mohamed

Tentando camuflar

Faça bem a barba

Arranque seu bigode

Gaúcho também pode

Não tem que disfarçar

(Mamonas Assassinas)

set 08, 2022
Andre Tonanni
Autor do blog, Tonanni é empresário do mercado de eventos, artista, cantor e pianista. Dedica seu tempo livre à família e a encorajar casais LGBT+ a seguirem o caminho da paternidade Instagram: @tonanni e @2papais
O Que é Heteronormatividade?
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O Que é Heteronormatividade?

Pouco mencionada, a Heteronormatividade faz parte de uma conceitualização onde apenas os casais do sexo oposto, ou seja, heterossexuais, sejam considerados normais ou corretos perante toda uma comunidade social. É uma visão que reforça o comportamento de que tudo que foge desse padrão é visto como anomalia.

Há muito tempo, a civilização heteronomativa marginaliza outras orientações sexuais, mistificando-as e condenando-as perante a sociedade. Entretanto, estamos caminhando para mudar essa ótica negativa sob as sexualidades e diferentes configurações amorosas que diferem do convencional homem x mulher. 

Além do preconceito e da banalidade, a heteronormatividade ainda impede que muitos casais LGBT+ cultivem propósitos duradouros, e muitas vezes assumam sua sexualidade publicamente por medo de julgamentos e até mesmo violência física e psicológica.

Tudo aquilo que barra ou desmotiva o crescimento pessoal humano, deveria ser considerado errado, até porque trata-se de uma má interpretação social sob a percepção antiquada da civilização no passado. 

fev 13, 2022
Andre Tonanni
Autor do blog, Tonanni é empresário do mercado de eventos, artista, cantor e pianista. Dedica seu tempo livre à família e a encorajar casais LGBT+ a seguirem o caminho da paternidade Instagram: @tonanni e @2papais
Leitura Recomendada: Coragem de Ser
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Leitura Recomendada: Coragem de Ser

Sabemos que ser pai gay em uma sociedade heteronormativa é muito complexo. Agora imagina ser pai em um relacionamento heterossexual, enquanto se descobre gay?  

O livro “Coragem de Ser”, escrito pela psicóloga Vera Moris em parceria com o ativista Fábio Paranhos, apresenta relatos de pais homossexuais sobre preconceito, medo, amor e superação dentro do ambiente familiar, além disso estatísticas comprovam que mais da metade de pais homossexuais são compostos por pais biológicos e não adotivos, estudo que justifica a necessidade da aceitação social perante as preferências de gênero. 

O livro “Coragem de Ser”, escrito pela psicóloga Vera Moris em parceria com o ativista Fábio Paranhos, apresenta relatos de pais homossexuais sobre preconceito, medo, amor e superação dentro do ambiente familiar, além disso estatísticas comprovam que mais da metade de pais homossexuais são compostos por pais biológicos e não adotivos, estudo que justifica a necessidade da aceitação social perante as preferências de gênero. 

O sufocamento social pressionou e ainda pressiona gays em todo parâmetro de sua vida, prejudicando a conquista por seus direitos de muitas formas. Se desvincular dos “padrões” familiares impostos pela sociedade, ainda é um grande mérito.

O livro “Coragem de Ser”, escrito pela psicóloga Vera Moris em parceria com o ativista Fábio Paranhos, apresenta relatos de pais homossexuais sobre preconceito, medo, amor e superação dentro do ambiente familiar, além disso estatísticas comprovam que mais da metade de pais homossexuais são compostos por pais biológicos e não adotivos, estudo que justifica a necessidade da aceitação social perante as preferências de gênero. 

O sufocamento social pressionou e ainda pressiona gays em todo parâmetro de sua vida, prejudicando a conquista por seus direitos de muitas formas. Se desvincular dos “padrões” familiares impostos pela sociedade, ainda é um grande mérito.

São 14 depoimentos de homens que se assumiram gays após configurarem suas famílias de acordo com o padrão da sociedade atual. Dentre os motivos da demora da “saída do armário” está o medo do preconceito, opressão da sociedade e principalmente os julgamentos internos da família em questão e círculo social.

O livro é escrito pela psicóloga e psicoterapeuta Vera Paranhos e pelo especialista em Recursos Humanos Fabio Paranhos, um dos fundadores do GPH, Grupo de Pais Homossexuais e do Projeto Acolher que traz informações sobre adoção.

fev 12, 2022
Andre Tonanni
Autor do blog, Tonanni é empresário do mercado de eventos, artista, cantor e pianista. Dedica seu tempo livre à família e a encorajar casais LGBT+ a seguirem o caminho da paternidade Instagram: @tonanni e @2papais